O objetivo deste blog é a troca de dicas, de idéias, de fotos, de conhecimento e muitas outras coisas relacionadas à vida de um nordestino - orgulhoso de ser nordestino - e que sem esperar se viu de mochila nas costas pelo Brasil e pelo mundo. Essas experiências de vida e de viagens vou dividir com você à partir de agora.



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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Você sabe o que é "borrego"? E "bunda-canastra"? Respostas no texto abaixo.

Isolados de qualquer fronteira de línguas diferentes os nordestinos do interior mantiveram e recriaram palavras e frases herdadas do português seiscentista (da época do descobrimento) , bem como outras utilizadas pelos índios ou pelos africanos para cá trazidos. É desse linguajar ainda não esquecido por causa da mídia niveladora que retiro as expressões a seguir transcritas, conforme lembradas, ouvidas ou sugeridas:

Aroá: bobo, tímido, matuto
Ancoreta: tonel de madeira para transporte de água (volume médio de 20 litros), pipa.
Arapuca: armadilha em forma de cobertura de casa, feita de pauzinhos , taboca ou bambu, para pegar pequenos roedores (preá, mocó...) ou passarinhos.
Amojada: prenha, grávida
Arre-égua! : expressão de espanto, surpresa.
Amundiçado: sem educação.
Avoante: ave de arribação, ave migratória
Arribação: ave migratória, espécie de rolinha.
Bolofote: pessoa gorda.
Beiço-de-gamela: beiçudo, que tem lábios grandes ( principalmente o inferior).
Barrão: porco reprodutor.
Borrego: filhote de ovelha, durante a amamentação.
Bacurim (bacurinho): filhote de porca. Criança pequena.
Briba: espécie de lagartixa.
Bode: macho da cabra. Briga, confusão, desentendimento. Menstruação
Bunda-canastra: Cambalhota.
Bufa: peido.
Bosta-de-rola: cabelo carapinha.
Burrica: brinquedo infantil; mistura de gangorra e carrossel: num caibro de madeira de mais ou menos 4 metros, faz-se um furo no meio e coloca-se sobre uma pequena estaca enterrada no chão (como eixo) ; 2 crianças, uma em cada ponta, fazem-no girar velozmente, na horizontal, como um carrossel.
Cagar fino: ter medo, acovardar-se.
Cu-de-mulambo: Pedinte, esmoler, mendigo, miserável.
Cavalo-do-cão: Valentão, arruaceiro, briguento.
Cão: diabo
Corisco: relâmpago.
Cagar goma: contar vantagens sobre si próprio usando deslavadas mentiras (como o Pantaleão, do Chico Anísio).
Currimboque1: nariz grande e chato.
Cuurimboque2: ponta de chifre, cheia de algodão chamuscado, fechada com uma rodela feita de cabaça. Era usada antigamente pelos fumantes de cigarros de palha, que provocavam faíscas no algodão com um pedacinho de aço (normalmente limatão) atingido violentamente com uma pequena pedra especial. As faíscas acendiam o algodão e a seguir o cigarro. Hoje usam isqueiro ou fósforo.
Capoeira: roça abandonada.
Carrapateira: mamona.
Cabaço: Hímen, virgindade..
Caganeira: diarréia.
Congestão: AVC, derrame.
Corda-dágua: inicio de chuva ao longe.
Combuca: vasilha para armazenar água ou grãos, feita a partir de uma cabaça.
Cambão-de-milho: a haste do pé de milho depois da coleta das espigas.
Cafute1: Melancia ou gerimum que não se desenvolveu por falta de chuva, cafofa.
Cafute2: diabo.
Croeira: fruto do algodão que não vingou, atrofiou ou foi atingido por praga, catemba.
Com o bode amarrado: carrancudo, chateado, que não quer conversa com ninguém.
Cabrita: filhota da cabra. Adolescente sapeca, namoradeira.
Cambito1: peça em forma de forquilha, usada na cangalha para transporte de produtos longos como lenha, canas, varas, etc.
Cambito2: perna fina e torta.
Cangueiro: aprendiz. Que executa mal uma tarefa ou serviço. Condutor de carroça ou carro-de-boi que deixa o carro atolar ou quebrar por imperícia na condução dos animais. Equivale ao motorista “barbeiro” nas cidades. Boi manso aprendiz, colocado junto (na canga) a um boi já experiente “para aprender o oficio”.
Cagado-da-coruja: azarado
Cafofa: ver cafute1.

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