O objetivo deste blog é a troca de dicas, de idéias, de fotos, de conhecimento e muitas outras coisas relacionadas à vida de um nordestino - orgulhoso de ser nordestino - e que sem esperar se viu de mochila nas costas pelo Brasil e pelo mundo. Essas experiências de vida e de viagens vou dividir com você à partir de agora.



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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nordestinês, de P a Z

Nordestinês, de P a Z

Pidão: que pede muito
Pau-de-arara: Caminhão adaptado com bancos de madeira (na carroceria) e coberto com lona, para transporte de romeiros, retirantes ou bóias-frias.
Piolho-de-cobra: Centopéia.
Papa-vento: Espécie de lagarto cor de cinza.
Pereba: Ferida.
Pichilinga: Ver cafifa.
Pai – dégua: Arretado, porreta, pessoa da melhor qualidade. Evento grandioso. Exemplo; Foi uma festa pai-dégua, isto é; legal muito bonita e boa.
Quixó: Armadilha feita com uma laje de pedra que cai sobre as vítimas (normalmente pequenos roedores ou pássaros), atraídos por iscas como grãos de milho, frutas, etc.
Quartinha: Jarra pequena, de barro para resfriar água de beber. Bilha.
“Qual a sua graça?”: Qual o seu nome?
Rala-bucho: Forró, baile, dança agarradinha.
Raposa: Bolinho de farofa dágua e cebola, feito e levado à boca com a mão, sem utilização de talher.
Rampeira: Mulher vadia.
Rêgo: Pequena vala feita para escoar água. Pequeno córrego ou riacho. Região entre as nádegas.
Sarará: Albino.
Sopa: Ônibus antigo, com carroceria de madeira.
Sovaco: Axila.
“Se avexe não”: Não tenha pressa.
Sibita (ou sibite): Mulher de pernas finas ou muito magra, raquítica.
Samba: Festa com música e dança, independente do ritmo (a palavra forró só entrou em uso após a segunda guerra) . Ver forró.
Tísico: Tuberculoso.
Tisnado: Queimado
Tetéu: Pessoa que sofre de insônia e não consegue dormir à noite.
Tamboeira: Espiga de milho com poucos grãos, xôxa, que não cresceu por falta de chuva. O termo também é usado para melancias e gerimuns em situação idêntica.
Tocador; Sanfoneiro.
Tô fraco: galinha – de- angola, guiné, capote.
Taturana: Lagarta-de-fogo, mulher valente, feroz.
Turica; Desmaio, sincope.
“Tá com a gota”: Está danado! Feroz, zangado, sem controle.
Tacaca; Gambá.
Visage: Fantasma.
“Visse?”: Viu? Entendeu?
Vige! : Ave Maria!, expressão de espanto.
Vara-de-virar-tripa: Ver lombriga-de-cú-de-pobre.
Vôte!: Expressão de reprovação, espanto, surpresa.
Zelação; Estrela cadente.
Zambeta: Pessoa de pés tortos (para fora ou para dentro).

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Igarassu, berço de Pernambuco.

Em 22 de abril de 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral tomou posse de Pindorama para o Reino de Portugal; era uma corrida contra o tempo, pois desde o inicio daquele ano , os espanhóis já navegavam por aqui, contrariando o Tratado das Tordesilhas, que em 1494 havia estabelecido serem portuguesas estas terras, independentemente de quem chegasse primeiro, se espanhóis ou portugueses. Por isso, o navegador Pinzon, que aqui esteve em fevereiro de l500, não pode fazê-lo em nome do rei da Espanha exatamente por causa do tal tratado. Embora Portugal tenha tomado posse da terra para garantir o que julgava seu direito (independente de quem já vivesse no local), não tomou nenhuma outra providência além de expedições esporádicas para conhecer , mapear e criar eventuais feitorias ( pouco mais que armazéns) para guardar pau - Brasil e suprimentos, antes do embarque para a Coroa. Mas assim não pensavam franceses, holandeses e ingleses , que ignoraram a primazia portuguesa sobre a descoberta e logo iniciaram, à revelia de Portugal, a exploração dos recursos das novas terras: pau Brasil, especiarias, animais exóticos, etc. Preocupado, Portugal criou em 1532 as Capitanias Hereditárias, dividindo o que seria o Brasil em l5 gigantescos lotes que foram doados a membros de confiança e pertencentes à pequena nobreza da Corte, fato que gerou no Brasil a cultura do latifúndio , da péssima distribuição da renda, da corrupção e do Estado paternalista e predatório , males que infelizmente perduram até hoje. Em 1535 chega à Capitania de Pernambuco o seu primeiro donatário, Duarte Coelho Pereira, que coloca os marcos demarcatórios iniciais e funda a vila de Igarassu, após combater os índios caetés residentes no local escolhido. Em seguida, e também após violentas lutas, Duarte Coelho fundou a vila de Olinda, numa colina espetacular, onde havia outra aldeia caeté. Em 27 de setembro de 1537, o preposto de Duarte Coelho, Afonso Gonçalves, iniciou em Igarassu a construção de uma capela em homenagem aos santos do dia, São Cosme e Damião; é o primeiro templo religioso construído no Brasil e em atividades até hoje. Alguns historiadores consideram ser também esta a data da fundação da Vila da Santa Cruz e dos santos Cosme e Damião de Igarassu.

Nordestinês e outros termos: de "fuá" a "padim".

Fuá: cabelo desgrenhado
Fusuê: briga, confusão
Forrobodó: Briga, confusão
Forró: Baile, festa dançante . (A palavra forró é uma corruptela de FOR ALL, que significa PARA TODOS - festas promovidas pelos militares americanos quando de sua estadia em Recife durante a segunda guerra. Eles promoviam saraus com suas bandas , colocando à entrada um cartaz com a frase FOR ALL. (A palavra FORRÓ não era conhecida antes da vinda dos americanos para o Nordeste).
Garantujas: Letras ou desenhos ruins, rabiscos
Geringonça: Máquina desconhecida, coisa mal-acabada, mal-ajambrada. Os matutos normalmente designam assim aos implementos agrícolas que não conhecem.
Gouguento: gripado, catarrento.
Gangão: jegue, jumento.
Gogo: gripe. Pessoa infestada de vermes.
Grude: sujeira corporal. Cola feita com fécula de mandioca. Refeição ruim, mal-feita; gororoba.
Grude 2: pessoa que não sai do pé, pertinente, chata , pulga-de-cós.
Galão d’água: duas latas (tipo querosene de l8 litros) presas em uma vara e conduzidas atravessadas sobre a nuca.
Ganhar o bredo: fugir (normalmente o namorado ou noivo).
Grangazá: homem alto e muito magro.
Gadanho: mão
Imbira: fibra de folha de caroá, usada na confecção de cordas.
Imbocar: entrar de supetão, tempestivamente.
Izambuado (ou inzambuado): chateado, que não quer papo com ninguém.
Inhaca: fedor, mau cheiro.
Latumia: algazarra (de cães), ou quiprocó de pessoas exaltadas, zoada, bate-boca, choradeira, barulheira.
Lacráia: escorpião
Lombriga-de-cú-de-pobre: pessoa longilínea e magérrima, esquelética.
Lazarento: azarado ou que dá azar. Cheio de feridas, chagado.
Lambuzado: melado, sujo.
Lebrina: neblina.
Longojongo: louva-Deus, bicho-pau. Pessoa longilínea e muito magra, de pernas e braços muito finos e compridos.
Marrã : filha de cabra ou ovelha na idade que vai do fim da amamentação até o inicio do cio.
Mocumbuco: tórax
Misto: ônibus pequeno tipo van. Antigamente (anos 50), micro-ônibus com carroceria de madeira.
Maleita: malária, sezão.
Marmota: careta, palhaçada, coisa (ou roupa) mal-ajambrada; fantasia de carnaval, papa-angu. Pessoa mal-vestida.
Muxoxo: som gutural produzido entre a língua e o palato, significando negação, reprovação
Malamonhado: mal-ajambrado, mal vestido, sujo, desengonçado.
Manzanza: que executa tarefas vagarosamente, “fazendo cera”, tranqüilo, sem pressa.
Mocorongo: bobo, burro, tímido, matuto.
Matulão: Saco de tralhas (normalmente roupa e objetos pessoais), amarrado com um nó e preso numa vara levada sobre o ombro, pelos andarilhos.
Mulambo: pano velho, sujo, inútil, sem condições de uso, roupa velha.
Mundiça: Familia ou grupo sem o mínimo de educação.
Maninha: Fêmea estéril.
Nhô sim: sim senhor!.
Osso do mucumbuco: Externo
Ó xente! Expressão de espanto, surpresa.
Pantim: Pantomima, negaciar. Recusa de pessoa ou animal em realizar ação costumeira. Ex. montaria que recusa o cavalheiro; mulher que recusa sexo com o marido sem razões aparentes. Careta, macaquice.
Pai-de-chiqueiro: Bode ou carneiro reprodutor.
Peitica: desavença boba, implicância.
Padim: padrinho.