O objetivo deste blog é a troca de dicas, de idéias, de fotos, de conhecimento e muitas outras coisas relacionadas à vida de um nordestino - orgulhoso de ser nordestino - e que sem esperar se viu de mochila nas costas pelo Brasil e pelo mundo. Essas experiências de vida e de viagens vou dividir com você à partir de agora.



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terça-feira, 4 de maio de 2010

Caturité e Potira, pai e filha, lembrados e homenageados até hoje na Paraíba.

Dentre as histórias e fatos ocorridos durante a “espoliação” efetuada pelos bandeirantes às terras indígenas, esse merece citação pelo fato de não se saber se é verdade ou pouco provável lenda, como dizem alguns historiadores:

"Durante a “conquista” da Paraíba, a resistência indígena foi demorada e feroz, daí porquê, mesmo próxima a Pernambuco, só no final do século XVI a Coroa Portuguesa pode fincar pé na região, ainda assim, somente depois de fazer tratados com os chefes indígenas. O sertão, porém, era uma incógnita e para conquistá-lo também foi necessário o massacre de tribos inteiras, depois de muitas lutas. Dentre os líderes desses combatentes estava o tuxaua Caturité, da tribo Bodopitá. Inicialmente, o interior da Paraíba era conhecido apenas até o sopé da Chapada da Borborema. Para conhecer e "tomar posse" das terras para a Coroa, Portugal escolheu o Capitão-mor Theodósio de Oliveira Lêdo, que saiu massacrando e aprisionando todos que encontrava pela frente. Ao chegarem à Serra de Bodopitá, às margens do Rio Paraíba, os bandeirantes se depararam com os guerreiros de Caturité, que foram mortos ou aprisionados; entre estes estava Potira (bonina, flor) filha do Chefe indígena, que mesmo ferido, conseguira escapar. Os prisioneiros foram amarrados e levados para um acampamento feito pelos portugueses, do outro lado do rio, onde hoje fica a cidade de Boqueirão. Caturité ficou arrasado com o aprisionamento da filha e tão logo teve melhoras resolveu resgatar Potira. Durante uma noite, se acercou do acampamento, soltou a jovem e ambos fugiram em direção à sua querida serra. Ferozes cachorros que guarneciam o acampamento deram o alarme; pai e filha passaram a ser perseguidos pelos soldados e pelos cães. Pela manhã foram encurralados no alto da montanha e Potira ferida com um tiro de arcabuz; sem saída e temendo a escravidão, Caturité pegou a filha nos braços e se atirou no precipício. Hoje, tanto Potira quanto Caturité são homenageados com nomes de Estação de rádio, ruas, etc. Além de nomes próprios colocados pela população."

Esta história foi contada por Irinêo Joffily no livro “Notas sobre a Parayba - livro I", em l892 (reeditado pela Thesaurus Editora - Brasília, 1977) e também foi recontada por Gustavo Barroso na revista “O Cruzeiro” de 30 de julho de l955.

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